Depois de 18 anos em reforma, Igreja do Carmo vai ser reaberta, em Olinda

A primeira igreja carmelita das Américas será reaberta aos fiéis no próximo dia 5 de agosto. As obras de reforma da Igreja do Carmo, em Olinda, demoraram 18 anos. O trabalho de restauração revelou tesouros que estavam escondidos pelo tempo, como um desenho do Monte Carmelo, em Israel, onde surgiu a Ordem Carmelita. A obra estava coberta por camadas de tinta há mais de dois séculos.

Operários ainda cuidam dos detalhes que vão deixar a igreja pronta para as celebrações e visitas dos turistas. Nos últimos anos, os carmelitas e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) lutaram para terminar a restauração. A reportagem do NETV acompanhou esse processo: faltou dinheiro várias vezes e escavações arqueológicas também atrasaram a obra.

A Igreja do Carmo passou por três fases de construção. A última foi no século 17, quando o prédio foi incendiado pelos holandeses, que foram expulsos de Pernambuco. Ao lado da igreja ficava um convento, que foi demolido cem anos atrás. A área está marcada com grama e pedras. O novo convento vai funcionar no primeiro andar de uma parte do prédio do antigo convento, que resistiu.

De acordo com o vice-prior do Colégio Internacional dos Carmelitas, frei Francisco Sales, a semana de celebração começa no dia 2 de agosto, com o mesmo ritual da novena de Nossa Senhora do Carmo. No dia 5, às 9h, haverá uma cerimônia especial de dedicação. "A Igreja passou, praticamente, um século semi-aberta e desativada. A dedicação é para dizer que a igreja volta a ser um espaço de reunião de fiéis para a celebração da eucaristia", explicou o frei.

Tesouro escondido
Momentos históricos ficaram registrados também dentro da Igreja. Durante as obras, os restauradores se surpreenderam com o altar do Santíssimo. Na hora de fazer o trabalho de recuperação, eles tiraram a madeira, que estava destruída pelo cupim, e as camadas de tinta branca e descobriram que havia uma pintura na parede escondida há mais de dois séculos.
O desenho é do Monte Carmelo, que fica em Israel, onde surgiu a ordem carmelita.

Mesmo as pinturas que os restauradores não conseguiram recuperar totalmente foram deixadas para que os visitantes possam ter ideia de como eram. O altar principal pode ser contemplado e resplandece com o brilho do ouro. Os dez altares laterais ainda vão receber os quadros e as imagens dos santos. "É um grande presente de Deus para a Ordem. Um bem religioso que carrega a marca da presença dos carmelitas em Pernambuco, Brasil e no mundo", disse o frei Francisco Sales.

Do G1 PE