21 de agosto de 2012
Implantação de novas frutíferas em Petrolina garantem bons resultados
Pesquisas desenvolvidas no semi-árido nordestino apontam uma perspectiva positiva no que diz respeito ao plantio de frutas que tradicionalmente se desenvolvem em regiões mais frias do país. Há sete anos, órgãos como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) monitoram a implantação de cacaueiro, pereiras, macieiras e caquizeiros em áreas dos projetos de irrigação senador Nilo Coelho e Bebedouro, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. As novas culturas foram introduzidas em áreas experimentais e também em propriedades de agricultores interessados em abraçar estas novas perspectivas.“O acompanhamento das atividades é feito semanalmente. Visito as áreas experimentais e faço as recomendações técnicas necessárias para promover a produção de frutas nas condições climáticas do Vale”, explica o pesquisador da Embrapa, Paulo Roberto Lopes. “As culturas escolhidas para os experimentos foram aquelas cultivadas sob irrigação que poderiam ter um retorno econômico. Para se ter uma ideia, as variedades de pereira e macieiras que estamos pesquisando necessitam de, no mínimo, 400 horas de frio, com temperatura inferior a 7,2ºC. Aqui no vale do São Francisco não temos nem um minuto sequer com essa temperatura e, no entanto, estamos produzindo maçãs, peras, caquis e outras frutas”.
Tomando como exemplo a cultura do caqui, as pesquisas apontam que a produção local pode chegar a 15 toneladas por hectare no quarto ano de cultivo. Em regiões como Sul e Sudeste, onde tradicionalmente é produzida de fevereiro a julho, esse volume só é alcançado entre o 6o e 8o ano. Na entressafra, a fruta é importada de países como Espanha e Israel, e isso causa um impacto no bolso do consumidor.
“O Vale do São Francisco necessita de mais opções de plantio, uma vez que as atuais culturas já estão com uma área bastante expressiva. As novas culturas também visam ao plantio para as novas áreas que a Codevasf está implantando no vale. A empresa transformou a região e hoje busca a continuidade do seu crescimento”, enfatiza o agrônomo e fiscal da Codevasf nesse projeto, Osnan Ferreira. “As pesquisas ainda estão passando por um processo de validação por parte da Embrapa. Após essa fase, serão repassadas as informações para os demais produtores interessados no plantio em escala comercial”.
Do NE10Núcleo SJCC/Petrolina
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