17 de julho de 2012

Polícia de PE investiga falsos atestados apresentados por soldado

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A Delegacia de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, está investigando um caso de falsificação de atestados médicos, que teriam sido usados por um soldado da Aeronáutica para pedir o afastamento do serviço por motivos de saúde. O ortopedista Fábio Ribas fez a denúncia, porque seria a vítima da fraude, como mostra o NETV 2ª Edição desta segunda-feira (16).
O primeiro atestado foi apresentado à corporação militar em maio deste ano, e teria sido assinado por um ortopedista chamado Fábio Ribas Valença. O formulário tem o timbre de um hospital da rede pública estadual, que fica no Recife, e solicita o afastamento do soldado por 15 dias, devido a uma pancada no tornozelo.
Um dia após o vencimento do primeiro atestado, o mesmo soldado apresentou uma nova licença médica, pedindo mais sete dias de afastamento, pelo mesmo motivo. Dessa vez, o documento vinha de uma outra unidade de saúde; no entanto, a assinatura que acompanhava o carimbo do mesmo médico era diferente.
A fraude revela outros erros: um médico não pode emitir uma licença por mais de 15 dias seguidos. Se houver necessidade de um afastamento maior que esse período, o profissional de saúde deve fazer um laudo, encaminhando o paciente para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o que não aconteceu neste caso.
O verdadeiro ortopedista Fábio Ribas não usa no carimbo o sobrenome Valença e diz que não emitiu os dois atestados. Ele descobriu a farsa quando recebeu a visita de oficiais da Aeronáutica, que desconfiaram dos documentos. Depois disso, o médico descobriu que outros atestados em nome dele também foram falsificados. "Eu recebi uma intimação da delegacia para comparecer e prestar esclarecimentos, e a suspeita era de mais uma falsificação. Eu fui intimado, fiz essa averiguação e confirmei que não era um documento emitido por mim, inclusive de um local de onde eu não trabalhava mais", explica.
Como outros falsos atestados podem estar circulando por aí, ele dá um conselho para as empresas. “Suspeitem dos atestados com datas muito próximas, com um CID [Código Internacional de Doenças, informação obrigatória em atestados médicos] para uma coisa até certo ponto mais leve, entrem em contato com os serviços médicos, procurem saber se o médico estava de serviço naquele local, porque a partir daí é um ganho para empresa e para sociedade, contra esses maus profissionais”, sugere.
A falsificação que virou caso de polícia pode ter outras consequências. Como as investigações ainda não foram concluídas, o médico que foi vítima da fraude está preocupado se a suposta assinatura dele foi parar em outros laudos. “É o meu nome que tá sendo usado e isso pode ser feito de várias formas: para comprar medicamentos controlados, em atestados de óbitos, em recibos para imposto de renda, então outras complicações podem aparecer”, lamenta.
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco informou que vai aguardar o envio da denúncia para começar a apurar o caso.
Do G1 PE

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